A Revista Auto Esporte aí ao lado foi às bancas em agosto de 1976. Nesse ano, devido à crise do petróleo, alguém no governo resolveu proibir corridas de automóveis no Brasil. Foi o caos. Os jornais publicaram manchetes de primeira página sobre o assunto, e a Auto Esporte foi mais a fundo fazendo uma reportagem sobre as conseqüências dessa atitude nos meios automobilísticos. Para ilustrar a reportagem, resolveram fotografar um carro de corrida abandonado, cheio de pó. Por acaso, eu acabei assumindo a produção do carro, um Fórmula Super Vê, e para isso eu levei ao estúdio um pouco de talco, linha e uma aranha de estimação. De borracha, é claro. Depois de horas montando a teia, espalhando o talco e finalmente colocando a aranha na carenagem, o responsável pela reportagem - um tal de Marcus Zamponi, um carioca gordo e irreverente que eu acabava de conhecer - achou que, além do carro abandonado, deveria haver um piloto desanimado lendo a manchete de um jornal que rolava pelo estúdio. Nele se destacava a frase "A Última Corrida". Bem, como na hora havia apenas um macacão de competição por ali, e de tamanho pequeno, o tal do "Zampa" resolveu que era eu o escolhido. Com apenas 16 anos de idade, realmente eu era o único que cabia naquele macacão. Foram mais algumas horas de cliques e flashes, até que a foto ficou pronta. A pérola que o gordo soltou no final me marcou como "o dia que eu conheci o Zampa". Ele disse: "É a primeira vez que alguém sai na capa de uma revista sem ter que ..." Bem, vocês imaginam o resto.
Depois desse dia, no entanto, conheci melhor o sujeito e fiquei seu amigo, assim como a maioria das pessoas que o conhecem. Principalmente depois de uma boa convivência como assessor de imprensa da Yamaha (e eu trabalhando na Revista Duas Rodas). Resolvi contar esta história porque, há pouco tempo, encontrando o Zampa em Interlagos, ele lembrou desse dia, depois de mais de 26 anos (este texto foi escrito nos anos 90).
Duas curiosidades a respeito desse fato, na época: apesar de eu ter saído de corpo inteiro na capa da Auto Esporte, que ficou o mês todo exibidas nas bancas, ninguém acreditava que era eu o tal piloto, o que me deixava muito irritado. De costas, realmente não tinha como me reconhecerem, e meu orgulho de "garoto da capa" ficou arranhado. Para tentar provar que era eu, peguei uma das provas da foto, amassada e borrada, e saí mostrando para todo mundo. A outra curiosidade é que, do dia da produção até a revista ir para as bancas, as corridas voltaram a ser liberadas, enfraquecendo a reportagem. Bem, é claro que eu não estava nem um pouco preocupado com isso...
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